" O grande homem é o homem livre" - Kung-Fu-Tse (Confúcio - 孔夫子)

"A liberdade de imprensa é talvez a liberdade que mais tem sofrido pela

degradação da idéia da liberdade. (Albert Camus)

"Atrás da anonímia se alaparda a covardia, se agacha o

enredo, se ancora a mentira, se acaçapa a subserviência,

se arrasta a venalidade." (Rui Barbosa)


Meus textos

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Brilha Uma Estrela na Boca do Monte

Cada estrela tem fulguração própria e exala as energias bem características da sua constituição. Assim são também os homens. Assim são também as mulheres.
Não tenho dúvidas que Balzac conhecia suas personagens e me parece justo concluir que aos trinta anos as mulheres atingem a plenitude da sua beleza, no mais amplo significado da virtude, por se encontrar repleta de energias vitais e de maturidade. Penso, entretanto, que cada faixa etária traz peculiaridades psicobiológicas que marcam a vida de qualquer um e a qualquer momento podemos nos surpreender absolutamente dominados pelos mais profundos sentimentos de amor. Foi assim que me senti aos trinta anos.
Apaixonei-me imediatamente no primeiro instante em que a vi, franzindo o cenho e contraindo o nariz em reação natural de desconforto pela esfregadela da enorme mão do médico que, simultaneamente, dizia: “Ela é tão bonitinha!”.
Dr. Manfred, jovem médico obstetra, chegara há pouco, célere, na sua motocicleta, ainda mastigando o churrasco de ano novo, que fora interrompido pela chamada para dar luz à nova estrela que brilhava no meu universo, na Santa Maria da Boca do Monte.
Ela não foi meu primeiro nem único amor, mas ela é única. Demonstrou isso desde os primeiros passos... Ou melhor, desde antes dos primeiros passos, com surpreendentes soluções para atingir objetivos com determinação.
Cada fase da sua vida, como na de todos nós, insere brilhos diferentes, cada um com sua beleza e a cada evento na cronologia da vida novo elo foi agregado para fortalecer os verdadeiros laços de união.
A impressionante justiça e sabedoria das leis da natureza se confirmam constantemente ao nos proporcionar o afrouxamento dos laços físicos e biológicos para dar sequência sem traumas à evolução dos seres para que cada um conquiste sua liberdade e total autonomia sem as injunções materiais que escravizam e podem nos manter sob dependência indefinidamente.
Os laços espirituais se fortalecem, mas não evitam que a desvinculação material nos faça sentir poderosa mão invisível a comprimir nosso coração, tentando arrancá-lo pela boca, parando na garganta com o pranto contido. Não fosse a certeza de que os benefícios dos remédios amargos são muito mais compensadores, certamente sucumbiríamos diante do problema insolúvel da divisão do indivisível.
Sexagenário, ainda forte, possuo um coração amolecido pelo trabalho ininterrupto de seis décadas, mas com espaço suficiente para muitos amores, cada um ocupando lugar de destaque, inalienável, intransferível e indevassável. Mas tenho uma dívida de gratidão com essa estrela capricorniana que hoje adquire brilho especial e assume posição definitiva no meu universo, pois, afinal, foi protagonista de imerecidas alegrias na minha segunda metade de vida.
Meu testemunho de amor visa principalmente abrir o peito ao mundo, mostrando as entranhas iluminadas por uma constelação de seis estrelas tão fulgurantes quanto possível para meu limitado universo, imersas no infinito do amor por seis mulheres, tão intenso quanto o próprio amor universal.
Vida eterna, minha filha! Amor é terno!

Originalmente publicado em 01/01/2011. Posteriormente
mais duas estrelas foram acrescentadas à minha constelação!